COMUNICADO DE IMPRENSA: Ameaçado pela Embaixada da China, teatro da Coreia do Sul cancela shows
Seul—O Shen Yun Performing Arts descobriu hoje que um tribunal sul-coreano emitiu uma ordem cancelando as quatro próximas apresentações em Seul, neste fim de semana. A decisão judicial cita a intervenção da Embaixada da República Popular da China e o medo do teatro de perder negócios potenciais com a China. Como resultado, milhares de detentores de bilhetes não serão capazes de ver o desempenho do Shen Yun e a liberdade e a democracia da Coreia do Sul foram lesadas.
Será que o mundo permitirá que o Partido Comunista Chinês comande as artes?
O Shen Yun está sediado em Nova York. Nós nos estabelecemos em 2006, com a missão de reavivar a cultura tradicional chinesa e compartilhá-la com o mundo. Esta cultura, que tem uma história de cinco mil anos, precisava ser revivida, porque o Partido Comunista Chinês passou décadas tentando destruí-la. Suas campanhas políticas, como a Revolução Cultural, levaram essa cultura tradicional — outrora tão incrivelmente espiritual e rica — à beira da extinção.
Porém, na última década, o Shen Yun tem celebrado esta herança nos palcos do mundo. Através da dança clássica chinesa, música e trajes autênticos, apresentamos as lendas e virtudes da antiga China. Todos os anos, visitamos mais de 100 cidades ao redor do mundo, atuando em alguns dos teatros mais reverenciados e recebendo elogios de membros de governos, artistas e críticos de teatro.
Este ano, estávamos ansiosos para nos apresentarmos no KBS Hall de Seul, como parte de nossa turnê mundial de cinco meses. Em janeiro, depois de receber uma carta da Embaixada da China, o KBS Hall decidiu cancelar a locação do local para o Shen Yun, mesmo após a assinatura do contrato. A empresa organizadora do evento, a New Cosmos Media, levou o caso ao tribunal e, em 19 de abril, o Tribunal Distrital do Sul de Seul emitiu uma ordem determinando que o Shen Yun deveria ser autorizado a atuar no KBS e que o cancelamento não era válido.
Em 4 de maio, no entanto, o mesmo Tribunal Distrital emitiu uma nova ordem, revertendo a decisão e confirmando o cancelamento. O KBS negou ter recebido qualquer pressão da Embaixada Chinesa, mas o novo julgamento, embora desfavorável ao Shen Yun, revelou que a Embaixada havia escrito pelo menos duas cartas para o KBS (em 22 de janeiro e em 29 de abril). Estas ameaças comprovadas — sobre o perigo de colocar em risco a cooperação do KBS com a China — deveriam permitir a apresentação do Shen Yun.
A decisão da corte também revelou a natureza da ameaça financeira envolvida. Evidenciou-se que o KBS (Korean Broadcasting System) — o Sistema de Radiodifusão Coreano: o radiodifusor público nacional dono do KBS Hall —, atualmente transmite sua programação na China. Se os espetáculos do Shen Yun fossem cancelados, a ordem judicial estaria justificada e o teatro só teria que compensar as perdas da companhia (do Shen Yun). Mas se o Shen Yun se apresentasse e, como resultado, o Partido Comunista Chinês tivesse retaliado e revogado os direitos de transmissão de conteúdo do KBS na China, então o KBS poderia perder mais de oito milhões de dólares.
A nova decisão foi anunciada no final do dia, pouco antes de todos os escritórios administrativos, tribunais, embaixadas e teatros entrarem em um feriado nacional, que, combinado com o fim de semana subsequente, se estende até depois das apresentações programadas expirarem. Enquanto isso, milhares de ingressos foram vendidos.
A ordem judicial não deixa dúvidas de que:
1) A República Popular da China está usando o poder político e a busca de benefícios financeiros para tentar ditar aos cidadãos de outros países o que eles podem ou não assistir. Isso já é sabido a partir de incidentes semelhantes, na Coreia do Sul e em outros países, bem como através da cópia de uma carta enviada pela Embaixada da China para o KBS Hall.
2) Os teatros e o sistema legal da Coreia do Sul estão sacrificando sua integridade moral e as liberdades do povo coreano, para cumprirem as exigências da embaixada chinesa.
Contato: info@shenyunperformingarts.org
04 de maio de 2016