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Coreógrafa Michelle Ren: revivendo a beleza clássica

Por Genevieve Long, The Epoch Times

Fora do palco, Michelle Ren caminha flutuando em uma sala da maneira que você esperaria de alguém que passou a maior parte de sua vida dançando e se apresentando — graciosamente e sem esforço. No palco, sua implacável formação e dedicação mostram sua capacidade de realizar, com fluidez, movimentos extremamente difíceis de dança chinesa clássica. Em ambos os cenários, é o seu comportamento inocente e encantador que cativa, seja em uma sala ou em um palco.

Mas, apesar de ser uma intérprete de nível internacional, dançar não era a primeira paixão de Ren na vida.

"Quando eu era jovem, sonhava que iria crescer e trabalhar em um escritório", admite ela, rindo, apesar de ter começado a treinar ginástica artística aos seis anos, na China continental, e dançar formalmente aos 12 anos de idade. Os sonhos com trabalho de escritório finalmente foram esquecidos, para o deleite do público ao redor do mundo, onde a viram atuar. Atualmente, faz turnês com o Shen Yun Performing Arts, com sede em Nova York.

Ren diz que sua idade é um "segredo", mas, independentemente da idade, já tem uma longa lista de realizações. Ganhou prêmios no Concurso Nacional de Ginástica Artística da China, no Concurso de Copa de Dança Pêssego e Cereja da Província de Liaoning, e no Concurso para Premiação da Cultura Popular. Em 2007, conseguiu a primeira colocação na categoria feminina adulta do Concurso Internacional de Dança Clássica Chinesa da New Tang Dynasty Television.

Em seu atual papel como coreógrafa e bailarina principal no Shen Yun Performing Arts, ela começa a ver o palco a partir de duas perspectivas muito diferentes. Ren diz que gosta de coreografia porque pode assistir outros atuarem, mas também gosta de atuar devido à interação direta com o público.

Uma performance que ajudou a coreografar nos shows de 2008 foi um conto de percussão que exige dezenas de músicos tocando os antigos tambores da Dinastia Tang em síncope rítmica. Ren diz que a coreografia para a peça foi extremamente difícil, devido à grande variedade de preferências que o público tem em relação aos estilos de percussão. No final, sua inspiração veio da antiga cultura chinesa.

"No passado, os antigos muitas vezes tocavam tambores", diz Ren. "Os tambores na cultura chinesa têm como objetivo afastar o mal; então nós queríamos isso no show. Usamos o tambor e a carruagem idênticos aos usados ​​nos tempos antigos; isso tem esse elemento de luta contra o mal."

Ren diz que esta atenção ao detalhe da cultura chinesa antiga é o que faz o Shen Yun Performing Arts ser único. Incluídos nisto estão os elementos da tradicional prática de meditação do Falun Dafa, ou Falun Gong, que Ren e muitos outros membros da Shen Yun Performing Arts praticam. Portanto, é natural que os princípios do Falun Gong, verdade, benevolência e tolerância, sejam infundidos nas atuações do espetáculo.

"Às vezes há um instante na dança: você sente que nossos corações estão todos juntos; esse momento é realmente sagrado", diz Ren.

Ren coloca de forma simples: "O propósito é a cultura tradicional, a beleza pura".

Mesmo com mais de 500 apresentações até agora, ela confessa que há algo de especial em cada show. O que não é surpreendente, considerando a extensa reflexão, o planejamento e a pesquisa dispendidos para as apresentações.

Essa atenção minuciosa aos detalhes coincide com a visão pessoal de Ren sobre a dança, a qual eacredita que é mais do que somente fazer "esse movimento, aquele movimento". Este é especialmente o caso quando se trata de performances que retratam os praticantes do Falun Gong na China, os quais têm estado sob a nuvem de uma perseguição promovida pelo estado desde 1999.

Ren investiga profundamente esses tipos de danças. Uma vez ela até mesmo procurou uma praticante do Falun Gong que foi perseguida na prisão para ouvir a sua experiência.

"Ela disse que, quando você não tem mais sofrimento em seu coração, é quase um tipo de felicidade", lembra Ren da conversa com a mulher, cujo nome não revelou. "Tento interiorizar isso quando atuo."

"Muitas das coisas que fazemos são muito tocantes para as pessoas, porque estamos fazendo de coração e o público sentirá isso", diz Ren.

"O objetivo é fazer com que as pessoas saibam que [essa perseguição] realmente está acontecendo", acrescenta. "[Essa perseguição] está ocorrendo na China. São histórias reais."

Nota: este artigo foi editado e abreviado para se adequar ao site.

Por Genevieve Long, The Epoch Times

12 de novembro de 2010